07/07/2012

Gabriel Garcia Marques


O Jornal El Pais de hoje noticia que Gabriel Garcia Marques, padecendo de demência senil, devido à doença de Alzeheimer, parou de escrever para sempre. 
Recebi um torpedo relevante com a seguinte pergunta metafísica: "Como a natureza deixa uma coisa dessas acontecer?"
Respondo: Não sei. Agnósticos nunca sabem. Mas sei que dói. 
Dói por perder Florentino e Firmina, por perder Macondo, por perder mais do pouco que é bom e tão necessário. 
Por outro lado, o fim é sempre anunciado, independente da forma como ele vem. Parece que a entropia vence sempre a metafísica.
Ontem lembrei de Tolstoi, que disse que nossa essência é o amor.
Se isso for verdade, deixa o Garcia Marques em paz, retornando à essência do jeito que ele puder (ou deixarem). Pelo menos a metafísica ficará em paz com a entropia e esse agnóstico voltará seu olhar para o céu, procurando alguma lua.
A lua é tão metafísica como o sol com a vantagem que podemos admirá-la a noite toda e adormecer com ela, quem sabe convencendo-se mais facilmente de que alguma metafísica existe além da entropia.