08/07/2012

Yann Tiersen - La Valse d'Amelie



Apesar de pequena, essa peça tem três momentos bem marcados, que remetem a um percurso onírico. No primeiro momento, a música tem a delicadeza de uma caixinha de música: notas metálicas que marcam a melodia sensível em contraponto com o preenchimento melódico, equivalem aos primeiros momentos do sono, momento em que sonhamos acordados. Logo depois, atacam violinos e o som adquire volume, passando da bruma suave ao vento cortante; começa mais suave, e vai num crescendo potente, dramático, com texturas complexas que identificam a distancia que a alma alcança buscando o máximo de suas possibilidades e perigos, em uma caverna de maravilhas e sombras. Por fim, rápido, todo movimento se suaviza, todo corpo se esvazia, como ocorre ao final dos sonhos, resgatando a calma e os silêncios do sono após um mergulho fantástico em nossos desejos e desilusões mais íntimos; o resto da noite passa em um segundo, sem que o tempo seja percebido. Uma pequena joia para apreciar com calma, pois só recordamos mesmo é de nossos sonhos.