10/01/2015

"Just in case", "Just in time".



Do original de autor não muito recomendado (em tradução livre):

A Filosofia [dura] diz à Poesia:
-Você não precisa de mim [eu sei], mas eu estou por aqui
"just in case"!
A Poesia olha para a Filosofia e responde [doce]:
-Você [apesar de sua natureza] não sabe como eu preciso de você [eu acredito]. 
Mas eu queria você "just in time"!

A questão surge em uma conversa de bar: é perfeitamente possível viver sem filosofia, afinal, milhões de pessoas nem sequer já ouviram essa palavra e continuam vivendo muito bem, obrigado. Por outro lado, muitos, como eu, entendem que não é possível viver sem filosofia, pois ela coloca um pouco de ordem nesse mundo louco, ainda que, suma beleza, esculhambe tudo de novo quando se pensa ter encontrado algum sentido.
Com a Poesia é um pouco diferente, pois a arte está em qualquer manifestação humana. E mesmo a filosofia, como reflexão de pressupostos, atende a arte e a poesia dando-lhe uma articulação tendendo à busca pelo que faz diferença na vida.
Não se vive sem poesia, mesmo que a filosofia aparente e momentaneamente entenda o contrário.
O bonito da passagem é refletir sobre um "estar à disposição para qualquer caso", estar à disposição para um evento que pode jamais ocorrer, e, de outro lado, a necessidade da disposição "para este caso, para esta reflexão [verdadeiro oxigênio da alma], estar à disposição no momento certo, ou seja, sempre e agora!
A filosofia rirá da poesia (de novo) e pedirão mais uma cerveja.

Valeu a pena a conversa e a reflexão!