23/09/2012

Todos os momentos de um instante.



A espontaneidade da posição despojada do queixo que se apoia no ombro; a leveza do movimento de pêndulo de uma perna como que alçando voo, carregado de sensualidade; a suavidade da iluminação tépida, a intimidade do momento de espera, os detalhes da cena que não se exaurem nem cansam de serem observados. Repare no espelho, por exemplo. Tudo isso faz desse "cinemagraph", captado por Jamie Beck e produzido por Kevin Burg, um exemplo de arte tecnológica que capta essências do belo e do mágico. O belo, como conceito, já foi bem explorado, ainda que sempre desconhecido. A novidade aqui é o tratamento "Harry Potter", dado pela tecnologia digital. Quem não se lembra dos quadros em movimento que adornam das paredes de Hohwart? O resultado oferecido por Beck dá uma nova dimensão estética aos conhecidos "gifs" usados até agora na internet com uma tímida limitação cômica. Há outros trabalhos da fotógrafa nova-iorquina com idênticas qualidades. Começo por esse, muito suave, como começa a primavera.